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8 Passos que os Arquitetos Corporativos podem dar para lidar com a LGPD

Postado em 22 de fev. de 2017 por Antonio Plais

Originalmente postado por Marc Lankhorst*, no blog da BiZZdesign – Tradução e adaptação autorizada

Em uma postagem anterior, descrevemos a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e destacamos seus profundos efeitos sobre as organizações ao redor do mundo. Esta regulação força as organizações a repensar como elas lidam com dados pessoais e privados. Nesta postagem, abordaremos os passos que você, como um arquiteto corporativo, pode dar para ajudar a sua organização a se conformar com estas exigências.

Por que a Arquitetura é Importante?

Para garantir que a sua organização está conforme, você precisa de uma visão ampla de como os dados pessoais são usados e porque eles são coletados, como eles são processados, quem tem acesso a eles, onde eles são armazenados, quais terceiros estão envolvidos, que ameaças internas e externas existem, e muito mais. Arquitetos corporativos possuem uma visão abrangente e integrada única de suas organizações, e possuem os modelos e ferramentas à sua disposição para avaliar, melhorar e garantir a proteção dos dados.

Mais ainda, a LGPD não apenas exige a conformidade, mas também requer que você demonstre a conformidade. A arquitetura e os modelos da arquitetura são a maior fonte desta informação, em particular quando você precisa de uma visão conectada e coerente de tudo o que está relacionado com dados pessoais.

Passos a Dar

1. Na maioria das organizações, os arquitetos corporativos não têm a responsabilidade final por garantir a conformidade regulatória. Esta responsabilidade pode estar nas mãos de seu Departamento Jurídico, Diretor de Riscos, Diretor de Conformidade, Diretor de Segurança da Informação, ou com o novo Encarregado de Proteção de Dados, requerido pela LGPD. Se aproximar destes executivos, e fazer com que eles se conscientizem da contribuição valiosa que a arquitetura pode trazer, é o primeiro passo.

2. Qualquer trabalho destinado a garantir a conformidade se apoiará em uma boa visão geral dos dados pessoais envolvidos. Criar um ‘inventário de privacidade’ é um ponto crucial:

  1. Identifique todos os dados considerados ‘pessoais’ de acordo com a LGPD
  2. Classifique estes dados em relação à sua sensibilidade à privacidade. Torne isso parte do seu processo normal de segurança, onde você atribui outros atributos de segurança da informação como confidencialidade, integridade e disponibilidade
  3. Descreva o propósito para o qual este dado foi coletado, e garanta que você tem (ou obtenha) o consenso dos sujeitos de dados (as pessoas!) para usá-los desta forma
  4. Preste atenção adicional às categorias especiais de dados pessoais, tais como dados relacionados à saúde, biométricos, políticos, religiosos, étnicos, ou associação sindical. O Uso destes dados é explicitamente proibido pela LGPD, a não ser que circunstâncias especiais muito específicas se apliquem

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Figura 1. Exemplo de classificação de dados, com as cores baseadas na sensibilidade da privacidade

3. Analise o uso dos dados pessoais e, se possível, alavanque seus modelos de arquitetura existentes para fornecer a estrutura para suas análises:

  1. Comece com as áreas de alto risco e com os tipos de dados mais sensíveis. Onde eles são armazenados e usados?
  2. Modele os fluxos de dados: quais aplicativos, processos, pessoas e terceiros usam estes dados, em que locais, para que propósito?

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Figura 2. Panorama de aplicativos com cores baseadas na classificação de privacidade dos dados usados

4. Avalie os riscos dos dados sensíveis, em particular em relação aos direitos e liberdades dos sujeitos de dados:

  1. Onde você vê vulnerabilidades no seu panorama de TI e de negócios?
  2. Quais são as ameaças comuns que podem explorar estas vulnerabilidades?
  3. Quais são as potenciais consequências?

Você pode usar a funcionalidade de Gerenciamento de Segurança, Risco e Conformidade do Bizzdesign Enterprise Studio para fazer análises avançadas dos riscos, com base nos padrões ArchiMate e Open FAIR do The Open Group. Os mapas de calor abaixo são um exemplo do tipo de saída que pode ser criado. A Bizzdesign fornece para seus clientes conteúdo pré-populado contendo ameaças de segurança de informações e continuidade dos negócios comuns, e os controles prescritos pelo padrão ISO/IEC 27001. Isto dá a você um poderoso e útil ponto de partida, de maneira que você não tenha que reinventar a roda.

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Figura 3. Mapas de calor de avaliação de riscos

5. Defina controles e medidas mitigadoras. Use padrões comuns como o ISO/IEC 27001 como a base para identificar controles úteis. Mais importante, você deve fazer isto o mais cedo possível durante o processo de desenho ou mudança de seus aplicativos, para promover uma abordagem de proteção-de-dados-por-desenho (o que é explicitamente mencionado no GDPR) e evitar a criação de medidas em um estágio posterior, com todo o retrabalho, custo e risco associado.

6. Priorize os riscos, aloque os orçamentos e planeje os requisitos para as mudanças e melhorias:

  • a. Avalie os custos das medidas contra os riscos (a perda esperada) para focar seu orçamento naquilo que realmente conta
  • b. Integre sua tomada de decisões com o seu gerenciamento de portfólios e roteiros de programas e projetos geral. Por exemplo, você deve evitar gastar muito em manter um aplicativo que será desativado em pouco tempo, e você deve combinar melhorias relacionadas com a segurança com outras mudanças

A funcionalidade de gerenciamento de portfólios do Enterprise Studio é muito útil neste estágio. Painéis de controle claros ajudam a direção a decidir sobre as prioridades e investimentos, levando todos os ângulos de avaliação em consideração, permitindo que você filtre e foque naquilo que é essencial (veja abaixo):

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Figura 4. Gráfico do ciclo de vida dos aplicativos, filtrado por aplicativos de alto risco e alto custo

7. Implemente os controles e medidas que você definiu para a sua organização, processos e sistemas, e teste sua segurança. Afinal, isto é o que conta!

8. Demonstre a conformidade para as autoridades reguladoras, mostrando como você processa os dados pessoais, como você lida com os riscos, e quais medidas mitigadoras você implementou.

Naturalmente, esta não é uma abordagem a ser realizada uma única vez; você deve revisitar os passos acima para garantir que você continua conforme e integrar isto no seu framework de governança. Estes passos são também particularmente relevantes quando você realiza sua Avaliação de Impacto da Proteção de Dados (DPIA-Data Protection Impact Assessment), que é requerida pelo GDPR para qualquer implementação de um novo sistema que use dados pessoais.

As soluções da Bizzdesign ajudam você a alavancar a arquitetura e os modelos existentes de portfólios e dados, para dar a você um início rápido para melhorar sua segurança de dados e garantir a conformidade regulatória. Nossa abordagem integrada ajuda você a investir em segurança onde ela conta, e evitar as penalidades e os riscos de reputação da não conformidade, ou pior, de um vazamento de informações.

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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