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Como os Arquitetos Corporativos são Convidados para a Mesa de Decisões?

Postado em 14 de nov. de 2020 por Antonio Plais

Originalmente postado por Marc Lankhorst*, no blog da BiZZdesign. – Tradução e adaptação autorizados

Talvez o problema esteja no nome – arquitetura corporativa. Pode ser isso que impeça as partes interessadas do negócio de se engajar de uma forma mais significativa com a equipe de Arquitetura Corporativa. Arquitetura evoca imagens de desenho de sistemas, infraestrutura de tecnologia, desenvolvimento de software – em outras palavras, TI, e isso remeta a “nerds” nos porões. “Definitivamente, este é um assunto que não nos interessa”, é o provável veredito. É bastante provável que isso seja, pelo menos, parte do problema.

Independente de qual possa ser a causa, o fato é que as lideranças na maior partes das grandes organizações não têm uma relação forte com a função de Arquitetura Corporativa. Eles podem ter vivenciado seu baixo desempenho em termos de resultado no passado, ou, realmente, sua orientação excessiva para os aspectos da TI. E esse é um problema real. Em um mundo cada vez mais competitivo por conta da evolução tecnológica e das mudanças regulatórias, as organizações poderiam se beneficiar enormemente de uma abordagem arquitetural para a mudança. Assim sendo, deveria estar bem entranhado na mente dos tomadores de decisão que a arquitetura corporativa é, sem sombra de dúvidas, um habilitador de extrema importância para a mudança cuja principal função é aconselhar a equipe de gerenciamento.

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Não importa se estamos falando sobre avanços na estratégia corporativa, segurança cibernética, melhoria de processos ou conformidade regulatória, a Arquitetura Corporativa trás percepções inteligentes e conselhos práticos para a conversa, razão pela qual ela precisa ter um lugar à mesa. A linha clara de visão que ela promete entregar entre as metas de alto nível do negócio por um lado, e as atividades operacionais de baixo nível por outro, é inestimável em cenários de transformação complexa. É essa transparência, bem como a habilidade para lidar com todos os aspectos e estágios de uma iniciativa de mudança de negócio, que garante a efetiva implementação da estratégia. Então, a questão é saber como os arquitetos corporativos podem ser convidados para a mesa? Por falar nisso, esse assunto é abordado em um recente podcast da Bizzdesign que você pode querer ouvir.

Formas de se Tornar mais Relevante

Acreditamos que é obrigação dos arquitetos corporativos em qualquer lugar trazer valor para a sua organização por meio da melhoria de alguma área sobre a qual eles têm responsabilidade. Algumas vezes isso significa elevar as coisas para o próximo nível de maturidade. Ou, às vezes, isso significa inclusive começar com alguma coisa simples como colocar as pessoas da Arquitetura Corporativa no radar das pessoas do negócio (mais sobre isso aqui).

Não fique apenas na defensiva, vá para o ataque

Boas coisas vêm para aqueles que agem, neste caso. Um trabalho bem feito gera mais trabalho, o que significa que é possível, na realidade, criar a sua própria demanda. Atualmente, há uma inacreditável necessidade para melhor informação e aconselhamento no nível das lideranças, então saia e se promova para uma audiência que necessite de soluções, Mostre para os outros o que você pode fazer por eles; faça isso; e, depois, conte para eles o que você fez por eles.

Não espere que as partes interessadas deem o primeiro passo e venham até você. Como ilustrado acima, historicamente a arquitetura corporativa não tem tido muito sucesso em se conectar com os líderes de negócio, o que é provavelmente a razão pela qual não é uma área muito desenvolvida até hoje. Argumente claramente com as lideranças que a arquitetura corporativa não é um ‘pequeno’ efeito colateral de ter uma área de TI. Ao contrário, a Arquitetura Corporativa é o laboratório de inovação dentro da área de TI, com a habilidade de fornecer valor incomensurável se apropriadamente aproveitada pelas pessoas no topo da hierarquia.

Ponha-se no lugar da sua audiência

Os arquitetos geralmente falam em termos técnicos, uma vez que eles usualmente possuem passado e experiência técnica. Infelizmente, isso acaba por alienar o pessoal das gerências e da Diretoria. Então, é importante lembrar que as partes interessadas do negócio têm que lidar com problemas de negócio. Ser mais consciente deste fato é certeza de que você sua taxa de sucesso quando defendendo ideias e iniciativas. Com o que a liderança se preocupa? Bem, entre outros importantes desafios que as empresas enfrentam neste momento, podemos citar:

  • alocação de capital
  • conformidade regulatória
  • centricidade no cliente
  • agilidade do negócio
  • resiliência operacional (agora mais do que nunca)

Então, em qualquer projeto que você tenha em mente, tente integrá-lo em uma história maior que gire em torno destes desafios principais que mencionamos acima. Por exemplo, o CFO dificilmente se interessará em conversar com você sobre a redundância de aplicativos em alguma área ou departamento. Mas, ele com certeza se interessará pelas economias de custo se você puder entregar um relatório claro que mostre como certas mudanças bem definidas economizarão um valor X para o negócio em (milhões de) Reais por ano. Isso mostrará para eles que você entende quais são as suas prioridades e é capaz de trazer benefícios em um prato, sem que eles tenham que se envolver em demasia ou coordenar coisas que eles não compreendem. Então, torne as coisas mais fáceis para eles e você estará tornando as coisas mais fáceis para você.

Monitore ativamente as oportunidades

Isso significa manter um olhar sobre as tendências do mercado – sejam desenvolvimentos tecnológicos, novas melhores práticas da indústria, ou mesmo tendências sociais. Por exemplo, ser ágil, ou se tornar ágil, é um tópico quente de discussão, e é certo que assim seja. Agora, decidir que você quer ser mais ágil como uma organização e realmente alcançar isso são duas coisas completamente diferentes. E, com certeza, é muito mais do que “fazer Scrum” em algumas poucas equipes ágeis.

Mas, quando você escuta a liderança da sua empresa falar que está planejando embarcar em uma jornada para a agilidade, por que você não vai à frente desta transição e coloque você e o departamento de Arquitetura Corporativa na linha de frente como um habilitador principal desta iniciativa. Entregue uma apresentação sobre como fazer a agilidade de forma correta – melhores práticas, armadilhas, escopo do projeto, impacto potencial. Então, uma vez que você tenha provado que você tem algo relevante para acrescentar, comece a colocar entregáveis para fora e garanta que a sua opinião será consultada de novo no futuro.

Pensamentos Finais

A conclusão é de que existe genuinamente uma imensa demanda por informação de alta qualidade para os escalões superiores e de liderança da sua empresa. Com tantos motivadores da mudança influenciando o mercado nesses dias, as empresas têm cada vez menos espaço para erros, o que coloca o ônus nos executivos para entregar resultados estonteantes ao mesmo tempo em que evitam qualquer aumento no número de fracassos. Em outras palavras, as partes interessadas nos altos escalões cobiçam por artefatos de inteligência de negócio que possam ajudá-los a tomas decisões melhores.

Tudo o que você precisa é buscar a coragem para deixá-los saber o alcance da ajuda que você pode fornecer, de preferência em termos de negócio, e você está fadado a ganhar a sua atenção. Uma vez que você tenha entregado com sucesso um projeto, você sem dúvida será consultado para muitos outros, com a visão geral de realmente estabelecer a função de Arquitetura Corporativa como um habilitador permanente do negócio e um conselheiro estratégico para a mudança.

Obrigado por ter lido até o final. Se você está interessado em ouvir o que temos para falar, assista a este podcast recém publicado sobre o tema. Ou, melhor ainda, entre em contato e converse conosco para saber como podemos ajudá-lo a ter um lugar apropriado à mesa.

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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