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A “Consumerização” da Arquitetura Corporativa: Todo Mundo é um Arquiteto

Postado em 20 de mar. de 2020 por Antonio Plais

Originalmente postado por Marc Lankhorst*, no blog da BiZZdesign. – Tradução e adaptação autorizados

A Arquitetura Corporativa é geralmente percebida como uma disciplina abstrata, conceitual e, de alguma forma, ‘esotérica’, praticada por ‘gurus’ que fornecem orientação por meio dos seus elevados ‘princípios da arquitetura’. É verdade que os arquitetos estão geralmente interessados em preocupações amplas e transversais que não são sempre visíveis para as pessoas ‘nas trincheiras’, mas essa visão da arquitetura corporativa é no mínimo imprecisa e, cada vez mais, equivocada.

Coerência entre a mudança de cima para baixo e de baixo para cima.

A tarefa da arquitetura corporativa é desenhar e melhorar de forma coerente a forma como a empresa opera, em concordância com a estratégia da empresa, o ecossistema de negócios, e as necessidades e desejos dos vários grupos de partes interessadas. Isso deveria ser algo com o qual todas as pessoas na organização deveriam se preocupar, cada uma dentro do seu escopo e a partir da sua perspectiva particular. Mintzberg and Waters[1] distinguiram as estratégias deliberadas (de cima para baixo) e emergentes (de baixo para cima) já nos anos 1980, e Ciborra[2] discutiu que o ‘pensamento’ local pode resultar em vantagem estratégica que é difícil de ser copiada pelos competidores.

Nas organizações modernas que empregam, por exemplo, metodologias Agile, DevOps e Lean, inovação e melhoria são igualmente uma preocupação de baixo para cima. Para ser bem-sucedido no ambiente de negócio volátil de hoje, no entanto, você precisa ter uma maneira de coordenar e alinhar estas mudanças de cima para baixo e de baixo para cima ao longo de uma visão compartilhada. É aqui que a arquitetura corporativa pode ajudar. Em uma postagem anterior que tratava do relacionamento entre Agile/DevOps e Arquitetura Corporativa, falamos um pouco sobre isso, pontuando como a arquitetura corporativa pode adicionar valor para a forma de trabalho do Agile e DevOps. Levar em consideração este relacionamento ajuda você para analisar o impacto dos vários eventos e mudanças, priorizar as mudanças com base no valor de negócio, coordenar o trabalho através das diferentes disciplinas, e fornecer o contexto para a inovação.

Tornando todo mundo um arquiteto

No longo prazo, estamos vendo uma mudança mais profunda no papel da arquitetura: posicionar a arquitetura corporativa não mais como uma disciplina operacional de alto nível, de cima para baixo, mas como um tecido de conexão entre os vários tipos de mudança. Dentro da empresa, isso significa que todo mundo terá, de alguma forma, um papel no desenvolvimento e na evolução da arquitetura. Essencialmente, todo mundo se torna um arquiteto!

Naturalmente isso não significa que cada colaborador terá que fazer um curso de TOGAF ou de ArchiMate. Ao invés disso, você deveria fornecer para todo mundo os instrumentos que permitam que eles vejam as opções e os efeitos que as mudanças locais ou globais poderiam ter, e agir de acordo. Todas essas mudanças podem, então, ser alinhadas com a visão compartilhada da empresa e trabalhar juntas em harmonia, indo desde o resultado de uma melhoria em um processo localizado ou na prioridade de alguma história de usuário ágil, até o impacto de uma fusão ou o efeito de novos requisitos regulatórios no seu modelo de negócio.

O arquiteto: de ‘super-arquiteto’ para administrador da mudança

O principal motivador para esta mudança na ênfase é a necessidade de velocidade na empresa. Para sobreviver e competir, as organizações precisam se adaptar a um ambiente em mudança cada vez mais rápida. Esta é uma preocupação estratégica que cada vez mais supera a visão tradicional de custos ou receitas, principalmente em mercados onde ‘o vencedor leva tudo’ que nós geralmente vemos no ambiente digital. Nós já falamos, anteriormente, sobre a nossa visão sobre a Empresa Adaptativa e sobre as capacidades que você precisa ter para suportar isso. Qualquer grande empresa precisa de mecanismos de coordenação além de equipes locais fazendo mudanças locais: se você só tem um bando de equipes ágeis construindo silos ágeis, você pode acabar com ‘legados instantâneos’ e a sua empresa pode se tornar menos – e não mais – adaptativa ao seu ambiente.

A figura abaixo, tirada do Modelo de Maturidade em Arquitetura Corporativa da Bizzdesign, mostra como nós vemos esta evolução, desde os esforços informais desconectados até um foco colaborativo na adaptabilidade e na inovação. Isso se aplica tanto à evolução da disciplina em si, como à forma como ela é empregada em cada empresa individualmente.

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Estágios da Maturidade em Arquitetura Corporativa

Atenção, esta mudança não significa que os arquitetos corporativos irão desaparecer. Pelo contrário, seu papel mudará de ‘super-desenhistas’ para administradores da mudança dentro da empresa. Ao invés de conceber tudo por si mesmos, eles cada vez mais fornecerão assistência para as outras pessoas envolvidas na mudança, e garantirão a qualidade e a coerência no nível corporativo da arquitetura, como um tecido de conexão da organização.

“Consumerização” da Arquitetura Corporativa

Envolver todo mundo na arquitetura da empresa requer uma nova abordagem para os instrumentos usados. Em um passado não tão distante, arquitetos, desenhistas de processos, desenvolvedores de software, gerentes de portfólio, e outros ‘especialistas em mudanças’ usavam suas ferramentas de modelagem e análise específicas, cada um no seu próprio domínio. A colaboração entre estes domínios, para não dizer com os ‘não-especialistas’, era difícil. Assim sendo, precisamos aumentar esta colaboração por meio de instrumentos acessíveis para todos dentro da organização, onde a informação sobre a arquitetura possa ser compartilhada de uma maneira fácil de ser consumida, personalizada para as necessidades dos vários grupos de partes interessadas. Isto significa, também, usar ferramentas comuns, padrão de mercado, e integrá-las no seu ambiente de colaboração – estabelecendo, assim, a ‘consumerização’ da arquitetura corporativa.

As funcionalidades de uma plataforma colaborativa como essa incluem:

  • várias visões e painéis de controle para as diferentes comunidades de usuários
  • instrumentos de análise interativa para criar tanto visões gerais abrangentes como análises detalhadas
  • suporte para equipes para organizar o trabalho dentro e através das equipes
  • funcionalidades sociais para permitir que as pessoas trabalhem juntas com facilidade, aprendam uma com as outras, forneçam feedback e fiquem informadas
  • suporte para fluxo de trabalho para implementar a colaboração e os processos de governança necessários
  • integração de dados com todos os tipos de fontes de informação internas e externas
  • um mecanismo de controle de acesso sólido que garanta a segurança da informação sem impedir a colaboração

A boa nova é que isso não é ficção científica!

Já que você está lendo isso no blog Comunidade, da Centus Consultoria, você já deve ter adivinhado que isso é exatamente o que a plataforma colaborativa da Bizzdesign oferece. O Enterprise Studio é um ambiente de modelagem e análise usado pelos especialistas. O Horizzon é o nosso portal de colaboração e visualização para os usuários não-especialistas, e ambos são suportados pela plataforma TeamServer, que fornece o gerenciamento dos modelos, fluxo de trabalho, segurança, integração de dados e muito mais. A ferramenta está evoluindo rapidamente suas funcionalidades, para acomodar esta mudança no foco em direção à ‘consumerização’ da arquitetura corporativa.

Fique ligado nas nossas postagens para saber mais sobre as funcionalidades da nossa plataforma, entre em contato conosco para saber mais sobre as nossas soluções, ou solicite uma demonstração.

Referências:

[1] Of Strategies, Deliberate and Emergent; Henry Mintzberg e James A. Waters; Strategic Management Journal Vol. 6, No. 3 (Jul. – Set., 1985), pp. 257-272

[2] Ciborra C.U. (2009) From Thinking to Tinkering: The Grassroots of Strategic Information Systems. Em: Bricolage, Care and Information. Technology, Work and Globalization. Palgrave Macmillan, London

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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