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Lean e Arquitetura Corporativa: Os Sete Desperdícios Mortais dos Arquitetos Corporativos

Postado em 9 de out. de 2018 por Antonio Plais

Originalmente postado por Marc Lankhorst e Peter Matthijssen*, no blog da BiZZdesign – Tradução autorizada

Nas duas postagens anteriores desta série, nós delineamos as conexões entre o Gerenciamento Lean e a Arquitetura Corporativa. O foco do Lean está em dar pequenos passos para a melhoria dia após dia. A eliminação de desperdícios e o foco no valor para o cliente são elementos centrais no Lean. A Arquitetura Corporativa foca nos resultados de longo prazo mas, como vimos na postagem anterior, uma perspectiva Lean é também muito poderosa para Arquitetos Corporativos. Nós discutimos os sete desperdícios mortais nas arquiteturas corporativas, tais como o trabalho manual desnecessário, o excesso de funcionalidades e a complexidade. Identificar e visualizar os desperdícios na Arquitetura Corporativa nos permite fazer melhorias.

Mas o que podemos dizer sobre os desperdícios no próprio domínio da Arquitetura Corporativa em si? Pela nossa experiência nós temos, naturalmente, visto muitas iniciativas de Arquitetura Corporativa. Nós acreditamos que a Arquitetura Corporativa é uma ajuda poderosa e, muitas vezes, indispensável para as organizações. No entanto, nem todas as iniciativas de Arquitetura Corporativa são um grande sucesso. Nós temos observado muitos praticantes da Arquitetura Corporativa lutarem para manter a Arquitetura Corporativa relevante e na agenda da Direção. É, então, um reflexo comum dizer: “Eles não nos entendem; eles querem somente remendos rápidos ao invés de fazer as coisas certas para o longo prazo”. Mas vamos dar uma olhada mais detalhada no nosso próprio comportamento como Arquitetos Corporativos, a partir de uma perspectiva Lean.

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Uma verdadeira Arquitetura Corporativa Lean garante que todas as atividades da Arquitetura Corporativa criam valor para a organização. Na prática, no entanto, nós encontramos muitos comportamentos que fazem exatamente o oposto. Veja abaixo:

Os Sete Desperdícios Mortais dos Arquitetos Corporativos:

  1. Guardião da Torre de Marfim: o guardião da torre de marfim perdeu o contato com a realidade por somente se comunicar com outros arquitetos. Este arquiteto prega a Verdade da Arquitetura do alto de sua Torre de Marfim para a população abaixo. A maior parte do que é produzido a partir deste posicionamento é desperdício, porque ninguém está escutando.
  2. Oficial de Polícia: Usa a arquitetura apenas como uma forma de dizer para as outras pessoas o que não fazer, ao invés de suportá-las e guiá-las no que elas precisam fazer. Este arquiteto será, eventualmente, evitado e ignorado tanto quanto possível: “Como nós podemos fazer este projeto sem envolver o pessoal da arquitetura?”
  3. O Grande Criador: Cria planos idealísticos e de longo prazo, sem nenhuma verificação contra a realidade da empresa. Este arquiteto se mantém à distância do envolvimento com os projetos e iniciativas que realizam estes planos. Nos círculos ágeis isso é conhecido como “grande desenho antecipado” (BUFD-Big Up-Front Design)
  4. Abstracionista: Cria figuras abstratas e bastante abstratas que são sempre verdadeiras e não fornecem nenhuma percepção além do óbvio. Geralmente estas figuras são criadas em resposta às reclamações da Direção sobre a complexidade da arquitetura, mas eles não trazem nenhuma ajuda para a organização.
  5. Arquiteto de PowerPoint: Documenta a arquitetura na forma de apresentações, o que resulta em problemas terríveis de manutenção. E, você alguma vez tentou verificar a consistência deste tipo de arquitetura?
  6. Desenhista de Teia de Aranha: Cria teias enormes e complicadas com uma grande quantidade de interconexões. Estas teias parecem impressionantes mas são, na realidade, impossíveis de ler e completamente inúteis. Você pode reconhecê-lo através de sua frase de efeito predileta: “Isso tudo é muito complicado…”
  7. Perfeccionista Temeroso: Ele só quer comunicar uma arquitetura quando ela está completamente terminada. No entanto, isso nunca acontece em um mundo em constante mudança. Os projetos têm datas de entrega, e eles não vão esperar por você, de forma que eles irão em frente e sua arquitetura (perfeita) já está desatualizada e irrelevante antes mesmo que você comece. O perfeccionismo é uma ameaça para muitos arquitetos…

Nós acreditamos que todos vocês reconhecem elementos destes ‘comportamentos de desperdício’. Nós vamos encontrá-los em volta de nós, mas nós também precisamos ser honestos em relação às nossas próprias ações. Estes comportamentos produzem desperdícios e criam uma lacuna crescente entre os arquitetos e o resto da organização. Nós deveríamos, como profissionais, estar continuamente atentos em relação a estas armadilhas da Arquitetura Corporativa e ajustar o nosso comportamento. Assim, comece a eliminar o seu comportamento de desperdício hoje mesmo, e trabalhe para a melhoria contínua do seu trabalho como arquiteto corporativo.

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia, e Peter Matthijssen é Diretor de Tecnologia, da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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