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Modelagem ArchiMate na Prática: Usando um Repositório de Modelos

Postado em 16 de mai. de 2019 por Antonio Plais

Originalmente postado por Sven van Dijk*, no blog da BiZZdesign – Tradução e adaptação autorizadas

Em teoria, um modelo ArchiMate pode ser criado usando apenas papel e caneta, ou um quadro branco e marcadores. Também existem plataformas de software que fornecem um ambiente de modelagem ArchiMate, e que fornecem várias capacidades automatizadas e funções de análise. No entanto, nesta postagem focaremos em um elemento importante para o amadurecimento da sua capacidade de modelagem avançada e de missão crítica: o repositório de modelos.

O repositório de modelos

O ArchiMate é usado para descrever e analisar múltiplas perspectivas da empresa, incluindo os estados atual (as-is) e futuro (to-be) da arquitetura, e para planejar os passos possíveis entre eles. Isso é muito útil, uma vez que o foco principal da Arquitetura Corporativa é suportar iniciativas de mudança.

Embora existam vários métodos, técnicas e melhores práticas para serem seguidas, isso ainda não é uma tarefa simples de executar. Isso acontece porque ela geralmente envolve várias pessoas trabalhando em equipes diferentes para atingir o mesmo objetivo: construir um modelo integrado da arquitetura corporativa.

Um repositório centralizado para suportar e organizar os esforços de modelagem é indispensável. O repositório em si pode tomar a forma de um banco de dados, mas não necessariamente. Muitas organizações usam sistemas de gerenciamento de documentos para implementar um (parte do) repositório para artefatos de arquitetura corporativa.

Um aspecto central do conceito de repositório é o reuso de modelos e de informações. No repositório de modelos ArchiMate os objetos são armazenadas uma única vez, e podem ser reutilizados em outros diagramas nos quais o objeto seja relevante. O repositório atua como um local central de armazenamento de todos os objetos, relacionamentos e atributos de informação, onde o modelo é mantido atualizado.

Isso torna a modelagem ArchiMate baseada em repositório fundamentalmente diferente daquela usando ferramentas de desenho: a habilidade de reusar objetos resulta em um enorme aumento na produtividade.

Uma vez que o repositório reúne informações de diferentes áreas, perspectivas e estados da empresa, a análise integrada pode ser realizada. A inclusão de dados quantitativos e/ou qualitativos como atributos dos objetos resulta em análises de alto nível muito interessantes. Os exemplos incluem informações de segurança para objetos de infraestrutura, ou indicadores de desempenho (KPIs) para componentes de aplicativo ou processos de negócio.

Usando as extensões do ArchiMate, as informações sobre os requisitos e o planejamento dos projetos podem também ser incluídas no repositório, relacionadas com a arquitetura, e fazer parte das suas análises. Desta forma, os modelos ArchiMate se tornam muito mais do que uma coleção coerente de objetos, relacionamentos e visões; ele se torna um “Corpo de Conhecimento Corporativo” integrado.

Configurando um repositório de modelos

A melhor abordagem para configurar um repositório de modelos é “pensar grande, começar pequeno”.

Configurar um repositório centralizado se torna uma necessidade assim que os níveis iniciais de maturidade na modelagem ArchiMate é alcançado, tipicamente em dois ou mais “domínios” (e.g. informação, aplicativos, negócio e/ou tecnologia). Isto não é apenas um exercício técnico; os fatores pessoas e processos também precisam ser considerados.

Principais considerações quando configurando um repositório de modelos

Pessoas

Uma imagem clara deveria ser estabelecida em torno de quem modela o que, e os problemas em torno da propriedade do conteúdo dos modelos deveria ser endereçada. Isso deveria estar claramente definido e documentado, por exemplo, usando matrizes RACI. Se você estiver usando uma solução de repositório automatizada, a estrutura organizacional para a modelagem ArchiMate pode ser implementada como níveis de acesso baseados em papéis.

Outra questão importante é fornecer orientação sobre o uso específico da linguagem ArchiMate na organização. Introduzir um Guia de Estilo de Modelagem evita o surgimento de “dialetos” e o uso de níveis incompatíveis de modelagem através dos vários domínios. A mesmo tempo, o Guia de Estilo promove o uso de padrões de modelos reusáveis específicos da organização como parte (dos domínios) das arquiteturas.

Processo

Processos de governança, papéis e responsabilidades deveriam ser identificados e documentados. Isso pode ser feito usando formatos tradicionais, incluindo fluxogramas e organogramas. O processo de governança deveria indicar a sequência de atividades usada pela organização para configurar e manter o repositório de arquitetura.

É necessário definir, também, processos de revisão para manter um alto nível de qualidade, tanto em termos de consistência como de acurácia do conteúdo dos modelos, bem como dos dados nos atributos.

Tecnologia

Como mencionado anteriormente, um repositório de modelos ArchiMate pode ser implementado por meio do uso de vários tipos de tecnologia. O Bizzdesign Enterprise Studio oferece um repositório de modelos central e integrado, que fornece funcionalidade sofisticada. O repositório é flexível e configurável, permitindo implementar v´rias estruturas organizacionais e de governança para a modelagem ArchiMate.

Um bom repositório tem várias capacidades para gerenciar e publicar o conteúdo dos modelos, incluindo o gerenciamento de versões, funcionalidade de check-in/check-out, e autorizações baseadas em papéis. No repositório de modelos, diferentes estados (as-is, to-be), bem como versões (rascunho, em revisão, publicado, etc.) podem ser descritas.

Conclusão

Um repositório de modelos ArchiMate é indispensável para o gerenciamento e a governança efetivos das atividades de modelagem das equipes de arquitetura. A adoção e implementação de um repositório de modelos ArchiMate deveria ser encarado como um projeto em si, dando atenção não somente à tecnologia, mas também às pessoas e aos processos envolvidos. Uma estratégia baseada em “pense grande, comece pequeno” tem se provado muito bem-sucedida, pelo menos na nossa experiência.

Para saber mais e ver o Enterprise Studio em ação, entre em contato ou solicite uma demonstração.

* Sven van Dijk é consultor, da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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