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Usando o ArchiMate em um contexto ágil

Postado em 15 de fev. de 2019 por Antonio Plais

Originalmente postado por Marc Lankhorst*, no blog da BiZZdesign – Tradução e adaptação autorizados

No passado, nós publicamos várias postagens sobre a combinação da arquitetura corporativa com os métodos ágeis de trabalho (e.g. Arquitetura Corporativa e Inovação: Uma Mudança Cultural, Escapando das Garras do Monstro dos Projetos, e Arquitetura Corporativa e Desenvolvimento Ágil: Os Opostos se Atraem?). Nesta postagem, gostaríamos de focar com maiores detalhes no uso da linguagem ArchiMate no contexto dos métodos ágeis, em particular como Scaled Agile Framework (SAFe).

Para aqueles que não estão familiarizados com o SAFe, este é um framework para organizar a agilidade em larga escala, usado por grandes corporações que precisam coordenar os esforços de muitas equipes ágeis em torno de um mesmo conjunto de metas estratégicas. O framework SAFe é apenas uma forma de ilustrar o uso da linguagem ArchiMate em conjunto com frameworks ágeis, e a linguagem pode ser usada com qualquer método ágil. A figura abaixo apresenta uma visão simplificada do SAFe, na sua encarnação em três níveis. Ela mostra vários conceitos usados no SAFe e em outros métodos ágeis. Não é nosso objetivo explicar isto em detalhes; por favor, consulte o website do SAFe se você quer conhecer (muito) mais. Nesta postagem, nós forneceremos apenas um breve resumo.

blog SAFe 001

Figura 1. Visão simplificada do Scaled Agile Framework.

Mapeando os conceitos do SAFe para o ArchiMate

Nas tabelas abaixo, nós demonstramos como você pode usar os elementos do ArchiMate para expressar estes conceitos do SAFe. No nível do Portfólio, os elementos de estratégia e motivação de alto nível do ArchiMate 3.0 (Curso de Ação, Capacidade, Recurso, Meta e Resultado) podem ser usados produtivamente. O Planejamento Baseado em Capacidades pode ser um bom ponto de partida para discussões de investimento neste nível. A visão inicial da arquitetura é expressa em alto nível usando conceitos centrais do ArchiMate. O trabalho necessário é gerenciado usando um portfólio de Pacotes de Trabalho, que tipicamente representam, neste nível, programas (lembre-se que o ArchiMate usa um único conceito para todos os níveis de detalhe, desde programas inteiros até tarefas individuais).

Tabela 1: Conceitos SAFe e ArchiMate no nível de Portfólios
SAFe  ArchiMate
Tema Estratégico Partes Interessadas & Motivadores, Metas, Cursos de Ação
Épico, Habilitadores Metas. Resultados, Capacidades, Recursos, Elementos Centrais (alto nível)
Portfólio de programas Pacotes de Trabalho e Entregáveis

No nível dos Programas, vemos que a visão do programa é expressa através dos seus Resultados desejados, o Roteiro é representado através de séries de Platôs e Entregáveis associados, Pistas Arquiteturais são expressas através dos conceitos centrais do ArchiMate, e Funcionalidades são expressas pelos Requisitos e Restrições (de nível médio) que precisam ser atendidos pela solução.

Tabela 2: Conceitos SAFe e ArchiMate no nível de Programas
SAFe  ArchiMate
Visão Resultados, Requisitos, Restrições
Roteiro Série de Platôs, Entregáveis
Pista Arquitetural Conceitos Centrais (mais detalhados)
Funcionalidades Requisitos & Restrições

Finalmente, no nível das equipes, nós vemos principalmente a expressão das histórias de usuário e da arquitetura, através de Requisitos e Restrições, e os incrementos dos produtos, consistindo de um ou mais Entregáveis como resultado de um Platô (um estado estável da arquitetura).

Tabela 3: Conceitos SAFe e ArchiMate no nível das Equipes
SAFe  ArchiMate
Histórias de Usuário & de Arquitetura Requisitos & Restrições (mais detalhados)
Resultado do Sprint (incremento do produto) Entregáveis & Platôs

Note que os detalhes da solução não são, tipicamente, expressos através da linguagem ArchiMate. Ela é, afinal, uma linguagem que objetiva a arquitetura corporativa. O desenho de software é, em geral, feito melhor usando a linguagem UML (e, em alguns casos, o BPMN ou outra linguagem de modelagem de nível de implementação). No entanto, é bastante fácil ligar os seus modelos ArchiMate com estes modelos de nível de implementação. Por um lado, vários conceitos na sua Pista de Arquitetura poderiam ser mapeados diretamente para os elementos correspondentes no nível de implementação, tais como Componentes, interfaces e Serviços de Aplicativo para a UML, e Processos de Negócio para o BPMN. Veja postagens anteriores onde falamos sobre a ligação do ArchiMate com a UML e o BPMN.

Relacionamento com outros conceitos e ferramentas para suportar a rastreabilidade

Além dos relacionamentos entres estes conceitos que expressam a solução, os relacionamentos com as histórias de usuário também são significativos. As equipes ágeis tipicamente usam ferramentas de rastreamento de problemas, como Jira ou Bugzilla, para administrar isso. Ligar o Bizzdesign Enterprise Studio com tais ferramentas fornece a você rastreabilidade ponta-a-ponta desde as metas estratégicas de alto nível até as histórias de usuário individuais, e de volta. Isso fornece percepções muito úteis para priorizar e alocar orçamentos e recursos, por um lado, e para monitorar o progresso em direção ao atingimento dos resultados de negócio, pelo outro.

Mais ainda, a retaguarda arquitetural fornecida pelos modelos ArchiMate é imprescindível para rastrear as várias dependências entre as diferentes iniciativas, programas e resultados. Este é o principal desafio para escalar os métodos ágeis para o nível corporativo: se você não coordena as equipes individuais, cada um deles construirá seu próprio silo ágil, e você terminará construindo legados instantâneos.

Esta rastreabilidade entre os diferentes níveis significa que você sabe onde as mudanças nas estratégias e requisitos podem ter um impacto, você pode garantir a coerência e a estabilidade do seu panorama de TI, e você pode demonstrar que está no controle, o que é cada vez mais importante em, algumas vezes, ambientes de negócio altamente regulados.

Isso não significa que nós estamos aconselhando você a criar modelos ArchiMate de “grandes desenhos antecipados“, que capturam o desenho completo antes que você construa qualquer coisa. Ao invés disso, é melhor criar e evoluir modelos no tempo certo, que capturam a informação necessária para tomar as decisões certas no momento certo. Desta forma, sua organização pode se tornar uma verdadeira Empresa Adaptativa.

Para saber mais sobre como as abordagens e ferramentas da Bizzdesign e da Centus podem ajudá-lo, entre em contato conosco.

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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