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Usando o ArchiMate para Visualizar o Continuum Corporativo do TOGAF

Postado em 12 de abr. de 2018 por AntonioPlais

Originalmente postado por Bernd Ihnen*, no blog da BiZZdesign – Tradução autorizada

Anteriormente, escrevemos sobre o uso de uma linguagem de modelagem e o uso prático do Continuum Corporativo do TOGAF para classificar descrições arquiteturais relativas a diferentes níveis de abstração. Enquanto o TOGAF 9.1 fornece o método de desenvolvimento da arquitetura (ADM-Architecture Development Method) padrão, o ArchiMate é um padrão mundial para modelar e visualizar o conteúdo das arquiteturas corporativas. Ambos são padrões abertos do The Open Group.

Nesta postagem, demonstraremos como o conteúdo destas descrições pode ser visualizado através de uma notação padrão, suportando a modelagem de diferentes níveis de abstração, que mapearemos para o Continuum Corporativo do TOGAF.

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Figura 1: Os vários níveis de abstração da arquitetura

Você já conhece a distinção entre Blocos de Construção da Arquitetura (ABB-Architecture Building Blocks), Blocos de Construção da Arquitetura (SBB-Solution Building Blocks) e Soluções Implementadas. Esta distinção é similar à distinção entre aplicativos lógicos (ABB) e aplicativos físicos (SBB) que é definida no Modelo de Conteúdo do TOGAF. “No nível de abstração da Arquitetura Corporativa, é mais comum modelar tipos e/ou exemplares, ao invés de instâncias” (ArchiMate 3.0, seção 3.6). Por essa razão, iremos focar nos ABBs e SBBs, e em como representá-los.

A especificação ArchiMate 3.0 fornece três abordagens para distinguir estes conceitos, as quais iremos apresentar com base na Camada de Aplicativos e na nossa experiência. Os conceitos e melhores práticas aqui apresentados são válidos, também, para as outras camadas do framework central do ArchiMate.

Primeira abordagem – aplicativos lógicos como funções de aplicativo

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Figura 2 – Componentes lógicos como funções de aplicativo, componentes físicos como componentes de aplicativo

À direita, na figura acima, você vê o componente físico, ou SBB, modelado como um componente de aplicativo que é atribuído para um componente de aplicativo lógico, ou ABB, modelado como uma função de aplicativo. Esta é uma abordagem interessante por usar a coluna de comportamento do framework do ArchiMate, uma vez que ela inclui as funções (retângulos arredondados) que descrevem a arquitetura lógica/ABBs, que são modeladas como aspectos separados das soluções. Símbolos diferentes indicam diferentes coisas, tornando mais fácil a compreensão.

Esta abordagem é bem apropriada para desenvolver novas arquiteturas de soluções e projetos. Ela começa com a definiçãodos requisitos e dos comportamentos desejados da solução futura, e então atribui os SBBs/aplicativos físicos.

Esta abordagem pode, ainda, ser estendida através da adição dos serviços de aplicativo que refletem os requisitos de um contexto da arquitetura, e que podem ser entendidos como uma camada conceitual. Neste caso, as funções de aplicativo realizam os serviços de aplicativo, e podem ainda ser agrupados a um componente de aplicativo lógico através do relacionamento de composição (como mostrado na próxima figura). Este padrão é útil para descrever diferentes níveis de granularidade, mas o nível de detalhe poderia variar de projeto para projeto. Você deveria levar isto consideração, para evitar a sobrecarga de detalhes em projetos pequenos. O uso desta abordagem pode, também, ser visto no eBook ArchiMate – Da Teoria à Prática, de Bas van Gils e Sven van Djik (pagina 66).

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Figura 3 – Estendendo a modelagem de aplicativos lógicos com serviços

Segunda abordagem – aplicativos lógicos como componentes de aplicativo

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Figura 4 – Componentes lógicos como componentes de aplicativo, componentes físicos como artefatos

A segunda abordagem modela os componentes lógicos de aplicativo como componentes de aplicativo, realizados por componentes físicos de aplicativo, os quais são modelados como artefatos (os elementos verdes à direita). Esta abordagem mantém a camada de aplicativos reservada para a camada lógica, e a camada de tecnologia para a camada física. Não somos muito favoráveis a esta abordagem, uma vez que vemos com muita frequência os aplicativos serem modelados como componentes de aplicativos, e muitos dos exemplos disponíveis na Internet fazem o mesmo.

Além disso, os arquitetos geralmente precisam modelar e analisar o ambiente de um aplicativo específico e seus componentes sendo suportados pelas tecnologias. Isto não é muito conveniente quando usamos artefatos. O uso do conceito de artefato do ArchiMate geralmente se refere aos arquivos .exe, .jar e outros tipos executáveis. Assim, esta abordagem só funciona melhor que as duas outras listadas nesta postagem quando você realmente quer mostrar quais arquivos realizam os componentes de aplicativo que estão sendo descritos (e onde eles deveriam ser implementados).

Terceira abordagem – modelos separados

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Figura 4 – Componentes lógicos e físicos como especializações de componente de aplicativo

A terceira abordagem modela os aplicativos lógicos e físicos como componentes de aplicativo, que podem ser entendidos como duas especializações do componente de aplicativo do ArchiMate. Esta abordagem é usada no modelo IT4IT do The Open Group, e, próximo da primeira abordagem acima, é uma das abordagens mais usadas (de acordo com a nossa percepção). Isto é útil quando você quer criar modelos ArchiMate completamente diferentes para a arquitetura lógica/ABBs e arquitetura física/SBBs.

Pense na criação de uma arquitetura de referência onde você não mostra os vários aplicativos de negócio usando os seus nomes, mas ao invés disso usa um único elemento que representa alguns ou todos eles sob um guarda-chuva de “aplicativo de negócio”. Isto também é adequado para fins de documentação, para evitar trazer muitos novos conceitos para a mesa. Usando esta abordagem, toda a camada de aplicativos, com todos os conceitos, pode ser usada em ambos os níveis de abstração (ABBs e SBBs).

O que está faltando?

Agora, você viu três abordagens que o framework ArchiMate oferece para descrever suas arquiteturas, de acordo com os conceitos de Blocos de Construção de Arquitetura e de Solução do Continuum Corporativo do TOGAF, através de uma notação padrão. Uma vez que é um framework, você deveria usar aquilo que for útil para você. No artigo final desta série, completaremos o mapeamento do ArchiMate para o Continuum Corporativo do TOGAF através da conexão da primeira destas três abordagens com as Soluções Implementadas.

* Bernd Ihnen é Consultor e Instrutor da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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