Comunidade
  • Termo

  • Categoria

  • Período

Melhorando o uso de Capacidades de Negócio na Arquitetura de Negócios

Originalmente postado por Marc Lankhorst*, no blog da Bizzdesign – Adaptação e tradução autorizadas

Introdução: Contexto das Capacidades na Arquitetura de Negócios

O Planejamento baseado em Capacidades é muito útil para definir uma boa arquitetura de negócios. Está sendo usado de forma mais ampla, e com razão. O conceito tem suas raízes no domínio da defesa e, a partir daí, permeou vários outros domínios.

De acordo com o NATO Architecture Framework: “Uma capacidade é a habilidade de alcançar um efeito desejado sob padrões e condições especificados. […] No NAF, o termo é reservado para a especificação de uma habilidade para alcançar um resultado. Nesse sentido, é disposicional – ou seja, recursos podem possuir uma Capacidade mesmo que nunca tenham manifestado essa capacidade.

Capacidades de negócios estão focadas na habilidade de alcançar certos resultados, em vez de como esses resultados são alcançados. Em particular, a ideia de que uma capacidade descreve o que o negócio faz no dia a dia, como uma função de negócios e seu potencial, é muito valiosa de uma perspectiva estratégica porque fornece à gestão insights sobre opções futuras. Descrever esse potencial é altamente valioso quando se deseja explorar, por exemplo, novos modelos de negócios ou outras inovações que se desviam do funcionamento atual da empresa, mas para os quais você tem a capacidade. Isso é o que torna as capacidades um conceito estrategicamente relevante.

Infelizmente, porém, a forma como as capacidades são frequentemente usadas na arquitetura de negócios perdeu alguns dos benefícios da noção original ao focar apenas nas operações diárias. Isso aumentou a confusão entre os arquitetos que estavam acostumados a criar mapas de funções de negócios e agora se deparam com mapas de capacidades aparentemente idênticos.

As regras para nomear Capacidades de Negócios

Além disso, as regras para descoberta e nomeação de capacidades de acordo com o BIZBOK são bastante restritivas. Em sua abordagem, todas as capacidades devem ser baseadas em um objeto de negócio específico e nomeadas a partir disso, em uma convenção de nomeação ação + objeto de negócio. Essa ação não deveria ser expressa com um verbo de execução (como é comum na nomeação de processos), pois capacidades não não representam atividades que a organização eventualmente executem.

Isso leva a resultados bastante artificiais. Por exemplo, cada um dos mapas de capacidades de alto nível do BIZBOK para serviços financeiros, indústria de saúde e manufatura tem mais de 40 capacidades que são todas chamadas de ‘Gerenciamento de X’ para algum objeto X: Gerenciamento de Ativos, Gerenciamento de Pacientes, Gerenciamento de Pedidos, Gerenciamento de Trabalho, Gerenciamento de Conteúdo, e assim por diante. Para qualquer parte interessada regular, esse ‘Gerenciamento de X’ significa o mesmo que ‘Fazer algo com X’, mas não dá nenhum significado real ao trabalho envolvido. Assim, esses mapas de capacidades se transformaram, na prática, em mapas de objetos de negócio.

Em vez de permitir apenas objetos de negócios como critério para decompor e discriminar entre capacidades, eu prefiro usar as noções clássicas de acoplamento e coesão. Escolha aqueles critérios que criam a maior coesão interna e o menor acoplamento externo. Isso lhe dá capacidades autônomas que são relativamente independentes e podem funcionar como verdadeiros componentes de negócios.

Veja também: Capacidades de Negócio vs. Funções de Negócio: Alguma Diferença?

Mapa de Capacidades de Negócio de alto nível de uma seguradora

A importância dos recursos na Arquitetura de Negócios

Esse foco em objetos de negócio na definição de capacidades trai que o BIZBOK ainda está enraizado em uma forma de pensar centrada em sistemas de informação, embora queira explicitamente escapar dessas conotações de SI/TI da arquitetura (corporativa). Esse foco também é aparente em suas quatro noções centrais: Capacidade, Fluxo de Valor, Organização e Informação. Informação é apenas um tipo de recurso do negócio – e um importante, claro – mas colocá-la no centro dessa forma, enquanto omite uma perspectiva de Recurso mais genérica para capturar, por exemplo, recursos físicos ou capital, deixa uma grande lacuna na junção da estratégia e a arquitetura de negócios. Isso provavelmente foi feito para evitar promover uma visão específica de implementação muito forte dos negócios , mas por que então incluir a perspectiva da organização?

É aqui que os arquitetos de negócio podem novamente aprender com o domínio da defesa. Recursos físicos (no sentido ‘tangível’, não da forma como as pessoas de TI usam ‘físico’ em oposição a ‘lógico’) são essenciais para as capacidades de muitas organizações. Quer você trabalhe em manufatura, logística, varejo, utilidades, petróleo e gás, ou qualquer outro domínio fora das ‘fábricas de informação’ em finanças e governo, uma visão sólida de recursos é fundamental para uma arquitetura de negócios útil.

Um Mapa de Capacidades mostrando capacidades e recursos

Claro, você não deve focar nos detalhes de implementação muito cedo no processo de desenho. É por isso que a linguagem ArchiMate para arquitetura corporativa posiciona conceitos genéricos de Capacidade e Recurso em sua camada de Estratégia. Em contraste, a realização desses por elementos mais concretos e detalhados, como funções e processos de negócio, pessoas e organização, sistemas, informação e recursos físicos, é posicionada em suas camadas centrais. Tipicamente, ao projetar algo novo, você começaria pela camada de Estratégia e adicionaria sua implementação nas camadas de Negócios, Aplicativos e Tecnologia posteriormente; inversamente, ao descrever uma parte existente de uma empresa, você pode começar desse núcleo e generalizar em direção a capacidades e recursos.

Para saber mais como o Planejamento Baseado em Capacidades pode ajudar a evolução da sua prática de Arquitetura Corporativa, entre em contato conosco.

 

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

Voltar para a página inicial